Mulheres que não querem ser mães ainda são alvos de preconceito. Essas mulheres demandam contra a pressão social e seu direito a certas formas de contracepção, como a laqueadura.

Algumas mulheres idealizam viver a experiência de estar grávida, ter um bebê, cuidar de um recém-nascido e estar no comando para sempre.

Mas há algumas que não sentem desejo. Na prática, a mulher que diz que não quer ter filhos é acusada de ser egoísta, odiar crianças e, presumivelmente, condenada a ficar sozinha pelo resto da vida, sem nunca conhecer o verdadeiro amor e sentem o desprezo e preconceito das pessoas.

Alguns dizem que têm tanta certeza de que não querem filhos que até procuram métodos de controle de natalidade mais agressivos ou até mesmo irreversíveis, como laqueadura, por exemplo.

Pensando em contexto social, nas últimas décadas, as mulheres ganharam o direito de sair para trabalhar, viver sozinhas e viver a vida de solteira. Mas elas ainda têm a responsabilidade de ser mãe em seus ombros. Desde o nascimento, a dinâmica social atribui à mulher a cartilha da vida, inclusive da maternidade. O papel determinante do gênero ainda é muito forte. Nesses modelos socialmente impostos, as mulheres podem assumir diferentes papéis desde que correspondam a outros, como cuidar da casa ou ser mãe. Ao optar por não engravidar, ela quebra estereótipos e comportamentos esperados. Isso é irritante.

Apesar de todas as suas conquistas, ainda há um longo caminho a percorrer para desconstruir seu papel na sociedade. Repensar conceitos e desmistificar alguns é fundamental para eliminar a enorme pressão que as obrigações da maternidade exercem sobre as mulheres. Comece pensando na maternidade como um simples fenômeno biológico.

A medicina, por exemplo, é usada como principal argumento de naturalização da maternidade e a mulher acaba sendo culpabilizada por suas escolhas. São exemplos disso pesquisas que afirmam que o corpo feminino foi feito para gerar filhos e também que a mãe que amamenta corre menos riscos de ter câncer de mama. Esses conceitos são levados ao pé da letra e chegam a ser desumanos.

É preciso rever a ideia do instinto materno ser algo natural já que a relação mãe e filho também é construída socialmente.